Um degrau é um passo oblíquo, uma mão cinco dedos acesos, cigarros, o suor uma bebida intersticial, e subentende-se algum fumo, alguma ausência de exactidão, um jogo saudavelmente perverso entre as maravilhosas máquinas e os maravilhosos seres que as criam e usam. Subentendem-se as evidências, ó segurança vã, ó partículas velhíssimas da história das coisas.
Sublime violência sublimada em canto, em ritmo mecânico, sexualidade religiosa monumental, cinza que se atira ao ar e retorna em pó de oiro e diamantes, ombros nus, laços, rendas, rezes, uma corrida que escorre como gelo num fogão, e no forno estamos a cozinhar uma surpresa.
Controle, descontrole, concentrado de beleza em frasquinhos, agora será um pirata na sala do rei a saltar da varanda para o candeeiro grande no tecto, agora será uma coisa de animais ofegante como a morte, agora será uma espécie de memória com jazz ao fundo, cetim, relógios e contra-luz na janela, agora é alguém que vai rua fora, montado num dragão.
Sem comentários:
Enviar um comentário