27.12.06

GREGO TRÁGICO CÓMICO AMERICANO

É só preciso acreditar que a mosca me virá à mão, p’ra comer ou não. “Que faço aqui?, pergunto. E é uma pergunta. Aborrecimento. Será a nudez uma coisa fria? Sei muito bem o que estou a fazer aqui. Tudo depende do tamanho da morte. Eu não estou aqui.


Bater no invisível é uma história com milhares de anos. Treinos. Planos. Agora que me procuro e me encontro e não sei quem sou e sei. Ergue-se o meu punho esquerdo e logo o outro o segue, cego, mas não sei como seguir a direito. É verdade. Um ruído. Sangue, talvez? Um líquido invisível, sozinho, afinal branco. Eu. Por dentro. É possível que consiga.

Há um problema qualquer com um barco. Um medo. Um rio. O mar sempre me disse tudo o que eu queria ouvir. Um jogo, a frio. Um promontório: o vento sopra, não há mais nada senão uma música de orquestra grande e uma capa de vampiro toda aberta. Nesse instante de ser rei, quase acredito que aqui é outro sítio, realmente. Claro que há gente, ao longe. Claro que é um filme. Adoro-o.


Ainda bem que não tenho chapéu, ainda bem que isto segue. Agora é o momento dos óleos sagrados, mas nada vejo, ainda bem. Agora estou descalço e há um sol só para mim. Um concurso. A pulsação vai a cento e quarenta, uma rapariga diz-me: “aguenta”, eu sei que vocês vivem para a competição, mas eu não. Se agora a tartaruga perguntasse: “vou muito atrasada?”, talvez lhe respondesses nada. E é isso.

Sem comentários: